sábado, 5 de fevereiro de 2011

Adentrou no vazio do escuro enquanto procurava uma parede para apoiar suas mãos e sentir alguma coisa; não sentiu nada. O peito doía e mais ainda os olhos procuravam o corpo pelo qual se pedia a tanto tempo... Onde ele poderia estar? Apertou as mãos contra o peito pelo momento em que gritava o seu nome. Olhou novamente ao seu redor e conseguiu ver um lugar no qual deveria estar. Caminhou lentamente para que ninguém ouvisse os seus passos no andar de cima; ninguém poderia descobrir. Falava baixo ao momento em que seus cabelos longos passavam pelos seus lábios, como se estivessem dançando. Ria, chorava, passava horas naquele lugar. Até agora não fazia nenhuma questão de estar de volta em seu quarto, porque ali mesmo era onde ela se encontrava e esquecia de coisas que a incomodavam por dentro.
Bem feito, disse ele. Bem feito! É para aprender a não ficar se contentando com pouca coisa e sim com coisas que deveria se importar e não dá a mínima. É pra você apreder, fazer diferente. Mas o que você faz? Sempre a mesma coisa. Menina, você precisa aprender uma coisa... A vida não vai sair do jeito que você quer nunca. Muito menos se você viver tentando, vai estar apenas perdendo o seu precioso tempo que nunca mais voltará. Antes de tudo, precisa aprender a ser alguém que não seja você, durante uns segundos ou por mais de uma semana. Eu prometo que isso será justo, porque você vai precisar. E não me pergunte porque... Eu não quero ser obrigado a dizer. Pare! Eu não vou dizer! Em alguns momentos você vai desejar nunca ter existido, porém essa seria uma boa forma de você fingir tal coisa.
Eu te amo tanto que dói.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

I: Eu te quero tanto. Por que te rejeito?

II: Eu não sei. Eu só queria que me quisesse do jeito que eu te quero.

I: E como tu me quer?

II: Eu queria que fosse meu.

I: Tu tens que entender que eu sou meu.

II: Ok.

I: Mas há uma parte de mim que é tua.

II: Uma partezinha do teu coração, ao menos?

I: Grande parte. E tu domina parte da minha mente.

II: Mesmo? Porque tu domina totalmente a minha.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O coração aos pedaços mas ainda consegue respirar. As mãos apertaram-se tão fortes que podia ver a sua dor refletir por seus olhos naquele momento. Preferi observar e deixar que aquilo passasse, assim do nada, como se nada houvesse... Mas não passou. Eu passei muito tempo esperando que aquela sensação fosse embora de uma vez e que nunca mais voltasse. Ela às vezes aparecia, às vezes não. Era uma espera sem esperanças. Uma dor doída, bem doída.
A cada dia que passa os sentimentos são esquecidos pouco a pouco, como se não importasse tanto quanto importavam antes. A verdade é que depois de um tempo tudo que parecia tão bem, hoje em dia não vale mais nem um sorriso, um abraço ou uma palavra. O que parece é que nós perdemos o nosso tempo com coisas que não valem a pena e só depois nos damos conta disso. E é isso que nos faz desistir, deixar pra lá, esquecer e fingir que nada aconteceu.
Eu te gosto demais, até por demais. Que erro, um grande erro. É um erro querer e gostar de alguém assim, como eu te quero.
"Eu te amo demais pra te deixar pensar que eu posso viver sem você. Não ligo se você me trair, contanto que seja honesto e me conte depois. Não me importo se você me esconder, contanto que você venha me achar de novo. Eu sou paciente. E enquanto eu espero por você, vou me recordar de todo o seu corpo. Estou apaixonado até pelos seus joelhos."
É tão difícil achar que tudo está se resolvendo e logo após ver tudo se desmoronar na frente dos meus olhos. Eu só queria poder ver o que você realmente quer de mim e da minha vida, porque eu realmente irei acabar enlouquecendo. Agora eu me pergunto como vou continuar sem saber de nada, sem ter notícias, sem saber o que está acontecendo entre nós. Estávamos errados sobre prometer algo que sabíamos que nunca iria acontecer e mesmo assim o fizemos? Talvez sim, talvez não... Isso é uma coisa que nós nunca iremos descobrir. Um dia, em algum lugar, uma resposta deve aparecer para esclarecer as coisas que hoje estão tão escuras. Se não me quer mais por perto, o que ainda te faz insistir em me fazer ficar sempre do teu lado? Por que é que você me faz ficar aqui para ver todas as coisas tolas que eu estou sendo obrigada a ver? Eu estou cansada e tão cheia da mesma coisa de sempre que eu poderia ir embora sem pensar duas vezes. Mas eu não vou, eu não vou porque simplesmente preciso ficar pelas outras pessoas e não por você.
- Olá, acabei de chegar. Há quanto tempo que não nos vemos, não é? Me diz, como você está?

(Eu estou verdadeiramente feliz em poder ver-te bem na minha frente depois de tanto tempo. Tantas lágrimas que derramei por você nas madrugadas frias em que você não estava. Eu te chamava e você nunca vinha até o meu lado, segurar as minhas mãos. Eu pensei que você pensaria mais em mim enquanto estivesse viajando. Passaria um pouco do seu dia ao telefone, conversando comigo. Ou talvez apenas para me dar um oi. Sim, eu senti tua falta todos os dias em que minhas mãos estiveram longe das suas. Senti falta do teu sorriso. Eu estou perdidamente feliz com a sua volta. E eu queria muito que você estivesse sentido a minha falta também.)

- Sim, estou bem. E você? Como foi de viagem?
- Eu apenas me divertir bastante! Por quê não me ligou?

(Porque eu fiquei esperando todos os dias desde que você se foi, eu esperei, nem que fosse ao menos uma mensagem no celular, um e-mail, qualquer coisa que pudesse me arrancar um pequeno sorriso ao dia. Mas nada aconteceu. Você não liga mesmo, não é? Não deve dar a mínima para o que eu acho ou o que eu penso de tudo isso.)

- Eu só... estive ocupada demais com o trabalho. Desculpe-me.
- Não tem problema! Eu entendo como é o seu trabalho.
- Você não tem mais nada pra me contar sobre o que aconteceu enquanto eu estava fora?

(Eu tenho. Eu queria te contar sobre todas as cartas que eu te escrevi e nunca tive coragem de te entregar nenhuma. E que nesse tempo em que você esteve fora, eu escrevi mais centenas delas. Pensei em mandar todas pelo correio, mas você iria saber de quem se tratava... Preferi deixá-las guardadas no fundo do meu armário. Talvez um dia, eu te entregue todas as coisas que são sobre você. Eu também queria te contar de como eu me sinto quando estou ao seu lado. De como minhas pernas tremem. De como as palavras insistem em não sair. Da minha vontade de te dizer tudo que se passa aqui por dentro.)

- Não. Meus dias foram os mesmos de sempre. Você sabe!
- Eu sei. Mas... Agora preciso ir. Promete que vai se cuidar?

(Eu preferia que você estivesse aqui para cuidar de mim. Segurar a minha mão, acariciar meus cabelos, sorrir quando eu sorrir. Eu gostaria tanto de que você estivesse do meu lado em cada situação da minha vida. Não pediria nada mais que isso.)

- Eu irei me cuidar... Sempre me cuido. A gente se vê! Tchau.
- Tchau! Até algum dia.

(Eu te amo.)