sábado, 15 de outubro de 2011

E o medo que nós tínhamos de nós mesmos? E aquele medo que nós tínhamos de nos perder? E o medo... O velho medo.
Olhou-me com aqueles olhos castanhos, de quem sempre desejava alguma coisa. Era preciso. Esperado... Sonhado. Era algo que não se poderia jogar fora. Era para ser guardado. Não, em hipótese alguma, poderia acabar.
Eu tenho medo de que um dia nós esqueçamos de quem nós somos e não nos reconheçamos mais. Algumas pessoas são assim. Nós seremos também?
E algo novamente move-se por dentro, transformando tudo que havia de bonito em feio, em podre. Era real tudo que ela estaria vivendo? Algumas coisas não poderiam ser... Não todas as coisas. E aqueles pesadelos? E todos os sonhos e planos? Qual deles seria a verdade?
Ainda estou naquela de que se algo de ruim for acontecer, tem que acontecer comigo. Meu puro pessimismo que ainda me afeta e não me deixa largá-lo.

É isso que me mata.
Quer dizer, nem tanto, mas às vezes sim.

É ruim envolver tudo em minha volta em uma coisa ruim que eu chamo de "minha vida", mas na maioria das vezes, acredito que o meu pessimismo anda apenas ao redor da minha cabeça, nos meus pensamentos e escolhas.

Sempre por perto.
Escondido.
E então, ela desajeitou-se e caiu da escada. Fechou os olhos e abriu os braços como se fosse voar. Sentiu o vento bater em seu rosto, como se realmente estivesse sobre um grande oceano. Era o peso da consciência que estava fazendo sentido. A chamou para baixo como se fosse mais pesado do que qualquer coisa. Achou que fosse um sonho, mas o corpo foi caindo lentamente enquanto ainda sonhava.

Caiu.

Deitou-se no chão como se não estivesse sentindo nada, como se nunca houvesse sentido alguma coisa. Mexeu-se devagar como alguém que "talvez" estivesse pedindo ajuda, mas não queria ser ajudada. Era algo só dela. Ela precisava matá-lo. Levantou um pouco a cabeça e respirou pela última vez.
Talvez nós estejamos mortos por dentro. Cada um tem um pouco de morte dentro de si. Todo mundo tem um pouco de um coração partido. Todos tem mágoas de palavras que machucam. E cada pedaço arrancado sangra como se fosse morrer, mas nunca morre. O sangue escorre manchando a vida que existe por dentro, mas não seca. A mancha está sempre lá, e aumenta a cada dia. E cada que passa, nós morremos mais um pouco. Até morrermos completamente de alma, existindo apenas um corpo podre que não serve de nada.

Que nunca serviu de alguma coisa.
Um lixo ambulante.
Nada.

É o teu silêncio que me magoa.
O problema é que o quanto que eu preciso escrever, é o tanto que eu nunca consigo colocar para fora. E claro, as palavras saem tortas por não conseguir processá-las de uma forma tão clara. E tudo vira cinza, vira nada. É como se só o vento existisse... Mas não conseguisse me tocar.

É aquele maldito vazio.
Que insiste...
Que trava...
Que nunca vai embora.

(...) Jogou-se e não sentiu gosto de nada. Só o vento. Perdeu-se na imensidão de suas palavras e gostos. Perdeu-se dentro de si mesma. Perdeu-se.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

"E o amor, o amor, cara. O que eu faço com isso?
Você esquece, sei lá. Não tem tanta importância assim."
Queria gritar. Era difícil olhar em volta e não perceber-te mais por perto. Era totalmente irritante saber que, talvez, não poderia sentir-te perto nunca mais. E eu nunca mais senti.

Ele nunca mais ligou. Deve ter esquecido. Eu não sei. Não sei.

Eu não esqueci. Pensei e penso nisso todos os dias. Algumas das palavras dele ainda estão rodando em minha cabeça. Ainda permanecem aqui dentro.

Era um pouco ruim saber que ele havia me esquecido. E ele realmente esqueceu.
Decepções.
Meu pequeno pedaço de céu (lê-se: meu amor) quem foi que te disse que tudo que é verdadeiro, é eterno?
Desde quando você conseguiu aceitar e enfiar a cara entre as pernas com os olhos secos e não molhados? Eu achei que não fosse mais haver felicidade em ti. Eu realmente achei que estivesse morto por dentro.

sábado, 6 de agosto de 2011

Oh, meu pequenino bloco de gelo... Você não consegue perceber que está derretendo? Desaparecendo lentamente. É como se não quisesse morrer, mas ao mesmo tempo, a tua alma desaparece e apodrece com tanta tristeza e tantas lágrimas. A água fria escorre pelos meus dedos, ultrapassando até certo ponto da minha pele onde queima. Dói, machuca. Mas nada maior do que aquilo que se vai. E você se vai aos poucos, como se não quisesse ir. Mas você vai... Você vai e não volta. Você dorme e não acorda.

sábado, 16 de julho de 2011

"Quando uma pessoa gosta da outra, espera mesmo. Como eu te esperei, por oito meses... Mas eu sou carente e não te ter comigo o dia todo me deixava puta da vida. Se quer pensar que eu não gostava de ti, pense, mas não foi fácil pra mim acabar com tudo. Dói. Eu sinto falta, porque eu te amo. "

Só acho que quando uma pessoa gosta de outra, ela espera. Espera o tempo que for preciso. E não é porque se passaram alguns dias com aquela pessoa fora ou o tempo falta que a pessoa deixa umas as outras. O tempo pode ser bem precioso, mas não é ele que atrapalha. O que atrapalha é que as pessoas não sabem esperar. Não sabem procurar um pouquinho de tempo se querer para se verem. O que atrapalha são as pessoas.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Preciso contar quantos dias a tua nova chance irá durar.
Fechou os olhos e imaginou-se no caminho de volta pra casa. Prendeu os braços na cintura dele e os pensamentos desesperados desapareceram. Só ficaram os bons, os melhores, os que tinham você. Era claro, mas com umas partes escuras. Permaneceu assim o dia todo. Era a minha vida. Aquela mistura doce de cores e ao mesmo tempo amarga. O preto e branco que nunca se separaram estavam agora a minha frente; sobre a minha cabeça. A minha vida sempre foi assim, aquele azul que logo tornava-se cinza. Acho que a vida da maioria das pessoas é assim. Nunca está tão azul o suficiente para acreditar que as cosias vão mudar.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Quantas chances uma pessoa merece ter?

sexta-feira, 20 de maio de 2011

The end.
Sábado, 23 de abril de 2011.

Eram umas 17:20 e nós estávamos na sala enrolados no cobertor. Assistíamos a um filme de terror com a casa inteira escura. Teus braços estavam ao redor do meu corpo e a minha cabeça estava encostada em teu peitoral coberto com a camisa cinza de mangas longas. Você estava quente, eu estava quente, nós estávamos quentes. Bom era sentir aquela sensação de estar protegido pelos braços de quem mais se ama na vida. E eu conseguia sentir essa sensação sempre que eu estava contigo. Hoje era um dia qualquer, nada de especial... Mas eu conseguia me sentir especial estando do teu lado. Chovia cada vez mais e as gotinhas de chuva passeavam pelas janelas de vidro da nossa casa. Nós havíamos escolhido essas janelas para que a casa fosse mais clara de manhã. Nos encolhíamos cada vez mais, apertando-se um contra o outro para permanecermos na mesma temperatura. Tuas mãos estavam em meus cabelos; às vezes acarinhando os mesmos que permaneciam enrolados pelos teus dedos. A cada vez que sentia tuas mãos em meus cabelos, eu sorria sem você perceber, como se precisasse sorrir sempre que você fizesse algo que me agradasse. Minha mão procurou a tua por baixo do cobertor; logo achando-a estampada em minha cintura. Eu a segurei com certa força, não deixando-a escapar dos meus dedos quentes. Você soltou um pequeno riso e esfregou o nariz gelado em meu pescoço, o que me fez arrepiar por alguns segundos. Virei a cabeça para cima e observei teus olhos abaixados; ficou olhando-me com o teu olhar de quem sabe o que faz. Você abriu um pequeno sorriso enquanto tirava as mãos dos meus cabelos para acariciar o meu queixo que encontrava-se logo abaixo do teu; contornando-o com a pontinha do dedo enquanto observava os mesmos movimentos. Continuei olhando o teu rosto, observando os traços, os detalhes, o movimentos dos teus olhos, a tua boca. Era verdade... Eu sabia que era verdade. Eu sempre soube que tudo em você me agradava. Tudo. Nunca houve nada de que eu não gostasse. Deitei totalmente pelo sofá com a cabeça por cima do travesseiro que estava em teu colo por cima dos panos do cobertor. Eu queria ficar assim contigo para sempre. Aquele silêncio, o preto totalmente do cômodo, aquela paz e você. Isso era tudo. Tomei coragem e levantei a mão em direção ao teu rosto e você a encarou, desviando os olhos do seu dedo para a minha mão branquela que seguia na tua direção. A pousei no teu maxilar enquanto acariciava tua bochecha com o meu polegar. Logo me deixei repuxar o teu rosto devagar e lentamente o trouxe para bem perto do meu, deixando-me tocar os teus lábios com a ponta da minha língua. Você também passou a língua em meus lábios, tomando-os logo após para um beijo demorado e apaixonado. Nós passamos a noite toda no sofá, optamos por dormir no mesmo lugar onde estávamos logo que o filme terminou. O filme que nós não vimos por estarmos concentrados um no outro. Adormecemos abraçados e com três cobertores enrolados no corpo. O tempo passou, as horas e os minutos. Eu acordei, você não estava mais por trás de mim. Você havia ído para aula, como sempre faz de manhã... Tinha suas obrigações. Levantei do sofá ainda com uma enorme preguiça que não me abandonava nunca. Esfreguei os olhos com as duas mãos e logo notei um pequeno papel por cima da mesa escrito com a tua letra. Fui até a mesa e o segurei em minhas mãos, onde estava escrito:

Hoje foi difícil ter que levantar e deixar-te sozinho no sofá onde tu estavas agora pouco. Eu gostaria de ter ficado mais, até você acordar. Queria ter feito o teu café da manhã. Eu te dei um beijo de bom dia, você sentiu? Eu disse que te amo no teu ouvido. Você com certeza ouviu, porque eu consegui ver o teu sorriso em confirmação. A noite te levo pra jantar, esteja pronto às 18:00 horas. Eu te amo, meu menino.

Segurei o papel enquanto deixava-me sorrir que nem um bobo. Eu pensava em ti desde que acordei e agora pensava mais ainda.
Sexta-feira, dia 6 de abril de 2011.

Eu estava deitado na cama enquanto te esperava chegar do trabalho ansiosamente. Segurei o celular várias e várias vezes a procura de tuas ligações; mas nada de você ligar. Disquei os números mas não tive nenhum coragem de ligar. Até que ouvi a porta da frente se abrir. Corri em direção a mesma enquanto abria a porta do quarto um pouco desesperado e me deparei contigo me olhando com aquele olhar assustado. Você deve ter pensado: O que esse louco tem que veio correndo?! Eu não sei o que você pensou, mas posso dizer que talvez tenha sido algo assim. Você abriu os braços e sorriu pra mim enquanto eu corria de encontro aos teus braços. Pulei firmemente pelo teu colo, agarrando a tua cintura com minhas pernas e procurando os teus lábios com os meus. Segurava os teus cabelos com as pontinhas dos meus dedinhos, enquanto eles se enroscavam em mim cada vez mais. Finalmente consegui beijar-te! Era como se nunca mais tivesse visto esses lábios pela minha frente. A saudade era tanta que eu não aguentaria mais alguns segundos. Você ainda me segurava nos braços até que me soltou lentamente, colocando-me no chão e agarrando a minha cintura com os braços. Nos beijávamos apaixonadamente pelo corredor, enquanto seguíamos diretamente de encontro ao nosso quarto. Eram umas 21h24 da noite e o nosso quarto estava claro, pelas luzes que entravam pela janela. Você não gostava e sempre que podia, fechava as cortinas para que elas não entrassem. No momento em que chegamos ao quarto, você empurrou-me em direção a cama e deitou junto comigo. Ficamos nos beijando por mais algum tempo. Até que você rolou o corpo para o lado enquanto olhava atenciosamente para o teto. Abaixei a minha mãozinha e segurei a tua que estava ao meu lado. Levantei o rosto e comecei a observar o teto contigo. Ficamos assim por um bom tempo até que você falou:

- Eu queria poder ficar aqui o tempo todo com você. O tempo todo. Do mesmo jeito que estamos agora ou de qualquer jeito; por tanto que seja com você.

Eu sorri e apertei tua mão com um pouco de força. Soltei a mesma e fui de encontro ao teu corpo, deitando a minha cabeça pelo teu peitoral coberto pelo moleton cinza. Fiquei parado, apenas sentindo o teu cheiro. Tua mão percorria a minha cintura às vezes; até mesmo as minhas costas. Eu ouvia o som da tua respiração e o ar quente da mesma pela minha nuca. Era bom estar contigo, era bom demais até. Eu te amava, você me amava. E era bom estar ali... Sozinhos um com um outro. Só isso bastava, apenas isso. Levantei um pouco o teu moleton delicadamente com uma de minhas mãozinhas; repuxando-o para cima sem força alguma. Levantei a cabeça de cima de ti enquanto me apoiava pelo colchão. Abaixei um pouco a cabeça novamente, deixando os meus lábios encontrarem a tua barriga; despejando vários beijinhos molhados pela mesma. Eu consegui sentir você contraindo a barriga. Logo olhei para o teu rosto e você estava rindo. Abaixei o teu moleton e voltei ao mesmo lugar onde estava antes; envolvendo-te com uma das minhas perninhas. Você a segurou com a mão e a apertou com força. Virou o rosto para mim e despejou vários beijos em meu rosto a medida que me puxava para mais perto do teu corpo. Me abraçou completamente. Ficamos enroscados um no outro enquanto nos beijávamos lentamente até pegarmos no sono e alí mesmo permanecer até o outro dia.
"Eu te amo tanto que não sei como descrever todo esse amor em palavras. Às vezes até enrolo e tento dizer o quanto eu sinto por ti, mas não consigo dizer em quanto é grande. Mal cabe aqui dentro, mas sempre cresce a cada dia que passa. Tu sabes que é o único que me arranca sorrisos... O único que eu amo, que eu quero comigo, que eu quero do meu lado, segurando a minha mão. Eu te quero sempre comigo e eu quero ficar sempre contigo também. Tu és o meu menino grande, o meu papai, o meu amor. Não sei mesmo o que seria de mim sem você, porque você me cuida tanto... Faz-me sentir tão protegido e tão bem. Eu sou teu, tu és meu, somos nós. Sempre seremos nós. No dia oito de abril faremos um mês. O melhor mês da minha vida! E não tenha duvidas disso, porque eu estou falando a mais pura verdade. Tu és meu único motivo de tudo. Eu amo você. Eu te preciso tanto... Te preciso todos os dias, todas as horas, todos os minutos. Te preciso no banho, na cama, no sofá, na escola. Em todos os lugares. Você é tão lindo e tão meu. Sabe qual é a razão de eu te amar? É porque é você, apenas isso. É você! Tudo que nós passamos é tudo que há de bom em mim. É tudo pra mim. Não preciso nem dizer que você é a pessoa com quem eu sonho todas as noites e que é a primeira pessoa que eu penso quando acordo, não é? Porque você sabe, você sempre sabe."
Eram umas cinco e vinte da manhã. Eu estava acordado, eu só não sabia bem o porque não conseguia dormir. Tu ainda estavas dormindo todo esparramado do meu lado na nossa cama. Passei as mãos pela curvatura do que o teu corpo estava fazendo. Estavas de lado, virado para o guarda-roupas e eu estava por trás de ti. Continuei a passar a mão um pouco gelada pela curva de tua cintura, acariciando a tua pele quente. Tu estava apenas com o cobertor um pouco menos da cintura para baixo e eu estava sem nada, apenas com os pés enroscados pelo nosso cobertor. Estava chovendo. Eu gostava do frio; gostava também da sensação gelada de estar recebendo o vento da janela um pouco aberta e do ventilador que estava logo abaixo dos meus pés. Despejei um pequeno beijo sobre o teu ombro e você se mexeu, mas nada demais. Não ousou acordar. Eu repeti várias vezes no teu ouvido o quando eu te amava e o quando era agradecido por estar contigo, por ter você todos os dias comigo. Por saber que eu sou teu e que você é meu. Por você ser o homem mais perfeito do mundo comigo e ser tão carinhoso e tão manhoso ao mesmo tempo. Sorri por alguns segundos por perceber que você não ouvia nada do que eu dizia. Comecei a falar novamente perto do teu ouvido:

- Eu amo você, seu preguiçoso. Não poderia acordar pra me fazer companhia? Eu quero te dizer uma coisa... Eu quero te dizer que amo até os teus defeitos, o teu jeito, as tuas caras, o teu cabelo, os teus ciúmes. Eu amo tudo que vem de você. Você é todas as razões, todas as esperanças, e todos os sonhos que sempre tive. Serei sempre teu. E, meu querido, serás sempre meu.

Quando terminei com as minhas palavras, o sol já invadia totalmente o quarto. Levantei-me e fechei a cortina pela metade. Os pingos de chuva escorregavam pelo vidro e faziam desenhos sobre as paredes brancas do nosso quarto. Deite-me sobre a cama novamente, fazendo-a balançar. O que te fez abrir os olhos e olhar para trás. Olhou-me e perguntou.

- Onde você foi?

Respondi com os olhos abaixados e repuxando o cobertor dos meus pés para me cobrir:

- Fui arrumar a cortina, o sol estava entrando aqui dentro. Isso iria te acordar logo logo se eu não o fizesse.

Você apenas sorriu e apoiou os cotovelos pelo colchão, olhando-me de lado com a tua cara perfeita de sono. Estavas com tanta preguiça que não aguentava manter-se de olhos abertos. A chuva insistia e de vez em quando, alguns trovões faziam barulhos. Eu me assustei, olhei para os lados e me agarrei no teu corpo. Você apenas me abraçou de volta. Me segurou e me puxou para cima do teu corpo, onde eu sentei pelo teu colo por cima do cobertor. Eu sem roupas e com frio. Pendi para o lado e peguei um dos teus blusões pretos de mangas longas. O vesti e continuei do mesmo jeito que estava antes. Tuas mãos e dedos percorriam minhas pernas brancas e desnudas, que arrepiavam a cada toque. Teus olhos não olhavam a mim, apenas acompanhavam as tuas mãos fortes que continuavam a subir por minhas pernas até chegar no pano um pouco grosso do teu blusão. Colocou as mãos por baixo do mesmo, tocando-me e fazendo-me deitar sobre a cama. Logo veio para cima de mim, fazendo com o que o cobertor descobrisse o teu belo corpo. Nós fizemos amor umas três vezes. As três vezes mais demoradas do mundo inteiro.
Eu estava caminhando até a tua casa. Estava voltando do colégio; com preguiça, mas tu havia me chamado para ir até lá. Bati na porta e a tua mãe abriu, dizendo que tu estava dentro do quarto. Entrei e caminhei lentamente até a porta do teu quarto, enroscando os dedos calmamente pela maçaneta e abrindo devagar. Tu me olhou e se levantou, correndo até chegar pela minha frente e me agarrar com teus braços fortes. Eu te abracei com toda minha força. Ficamos um tempinho parados, enroscados um no outro. Você me soltou e eu te soltei, deitando-me por tua cama que encontrava-se encostada na parede. Me deitei atravessado, com as pernas para fora das mesmas e com a cabeça na parede. E você sentou no chão, segurando uns papéis do colégio para estudar. Estavas um pouco afastado de mim, mas ainda sim, consegui esticar uma das minhas pernas para esfregar um dos meus pés no teu rosto. Você riu e bateu nele, empurrando-o para o lado. Eu ri novamente e continuei a passá-lo pelo teu rosto. Dessa vez, você segurou a minha perna e a puxou, arrastando-me da cama até cair no chão. Minhas costas estalaram no momento que entraram em contato com o mesmo. Eu escondi o rosto com as mãozinhas enquanto você veio com teu corpo por cima de mim todo preocupado. Você repetia várias vezes: Ei, você se machucou? Meu amor, você se machucou? Eu te machuquei? Eu continuava a esconder o rosto com as mãos e fingir um choro manhoso falso. Você levantou, pegou-me do chão nos braços e me colocou na cama, deixando-me sentado pela mesma. Eu ergui o rosto com um sorriso nos lábios e você riu também. Você pulou por cima de mim, fazendo cócegas e me apertando todo. Nós riamos e nos agarrávamos por cima da tua cama que estava cheia de papéis. Tu segurou o meu rosto com os dedos quentes e puxou os meus lábios até os teus, começando um belo beijo apaixonado. Eu me sentia tão bem contigo e com os teus braços ao redor de mim, que o meu maior castigo seria ter que ir embora naquele exato momento. Te puxei mais, apertando-te no meu corpo enquanto você ainda me segurava pelo rosto. Percebi você pender o corpo para o lado e me afastei um pouco para que tu deitasse do meu lado. Você deitou, parando de me beijar e segurou uma das minhas mãozinhas. Encolhi as perninhas e logo as enrosquei pelas tuas. Você me olhou com um sorriso e disse: Eu quero morar junto contigo, entende? Só eu e você, em uma casa só nossa. Onde nós poderemos ter qualquer coisa que nós quisermos. A gente vai poder decorá-la, fazer bagunça, mas depois arrumar tudo. Poderemos fazer amor em qualquer lugar e não vai ter ninguém para atrapalhar. Poderemos ficar acordados até tarde, acampar na sala, fazer brigadeiro (mesmo eu não gostando tanto). Poderemos fazer qualquer coisa. Você quer morar comigo? Eu respondi com um sorriso nos lábios: Eu quero muito morar contigo. Agarrou-me novamente, puxando-me para ti e me abraçando enquanto despejava vários beijos por minha testa. Entrelacei os nossos dedos e falei baixinho: Eu posso dormir aqui hoje? Você disse que sim, fazendo sinal com a cabeça e levantando-se da cama para terminar de fazer o que estava fazendo. Sentei na cama e fiquei mexendo nas tuas coisas. Espalhando-as por cima da cama e deixando tudo bagunçado. Você já havia terminado suas coisas... Levantou do chão e sentou na cama do meu lado. Sussurrou: Achou isso aí desse jeito? Arrume. Fez um rosto sério e eu fiquei bom um tempo te olhando. Depois de um tempinho, você pulou em cima de mim; rindo e me mordendo. Eu te segurei assustado e falei: Eu realmente achei que você estivesse falando sério. Você respondeu ainda rindo e com um sorriso que só você sabe dar: Eu não, meu amor. Mas aprenda que tudo que você bagunçar em nossa casa, terá de arrumar, viu? Subiu por cima de mim e apertou minha cintura com as duas mãos, puxando-me um pouco para baixo, deitando-me por tua cama. Entrou no meio de minhas pernas e despejou o peso totalmente sobre meu corpo, enfiando o rosto e os lábios quentes pelo meu pescoço. Deixando várias mordidas e lambidas pelo mesmo. Senti meu corpo estremecer ao sentir tuas lambidas. Puxei a tua camisa para cima, em uma tentativa desesperada de tirá-la do teu corpo rapidamente. Você cedeu. Levantou os braços logo que percebeu, deixando-me tirá-la completamente do teu corpo. Repuxou a minha no mesmo instante, tirando-a de meu corpo com uma certa agonia. Esfregou-se por mim no momento em que conseguiu tirá-la do meu corpo, deixando minha barriga branquela amostra. Apertou meu corpo contra o teu. Os dois corpos suados, em contato, esfregando-se por tua cama. E os beijos ainda molhados em meu pescoço tiravam-me do sério. Ouvimos alguém a caminhar pelo corredor da tua casa. Nos levantamos nas pressas da cama e você levantou, tentando esconder o volume por tua calça com as mãos. E eu vestia a minha camisa rapidamente. Ficamos parados ouvindo e esperando que alguém aparecesse ou falasse algo. Nada aconteceu. Você foi até a porta e abriu, percebeu que não tinha ninguém. O barulho havia sido lá fora. O barulho da tua mãe saindo de casa e nos deixando a sós. Era tudo que nós precisávamos.
"Me deu uma vontade de vir aqui te lembrar do quanto eu te amo, por mais que eu te diga isso umas milhões de vezes por dias. Eu já te falei das vezes que eu sinto vontade de te abraçar e nunca te deixar ir embora? Eu já te disse o quanto é bom acordar, abrir os olhinhos e dar de cara com tua cara de sono em minha frente? Meu Deus, como é bom abrir os olhos e saber que tu vai estar aqui para mim. Eu gosto tanto de acordar e te ver se arrumando nas pressas para ir a aula enquanto eu posso dormir quanto tempo ainda quiser. Eu gosto de agarrar-te pelo corredor enquanto tenta fazer as coisas que precisa, atrapalhando-te e levando várias broncas de ti em seguida. Morder a tua barriga e deixar várias marquinhas de dentes só porque só eu posso fazer isso. Vou comentar mais uma vez das vezes que eu te atrapalho assistindo tv, enquanto tu me empurra e desvia a cabeça para tentar ver alguma coisa. Mas, logo depois me agarra e não me deixa mais sair de lá. Como é que você me faz te amar tanto? COMO? ME DIZ? Eu te amo mais que tudo, príncipe."
Abri meus olhinhos e me deparei contigo todo esparramado na nossa cama, com os braços por cima de mim e o cabelo espalhado pelo travesseiro e pelo meu rosto. Me aproximei de ti, arrastando-me lentamente pela cama enquanto fazia de tudo para não te acordar, com os movimentos mais lentos que conhecia. Abri um sorriso ao perceber que tu acordou e estava apenas fingindo que estava dormindo. Enfiei a minha cabeça em teu pescoço e depositei vários beijinhos pelo mesmo. Você riu, sorriu e me apertou com as mãos e braços. Me levantei, andei pela cama e pulei o teu corpo. Deixando-te no meio de minhas pernas. Sentei-me pelo teu colo; mas tu ainda estavas deitado. Desci a cabeça até o teu pescoço e depositei várias mordidinhas no mesmo, descendo com a cabeça até o teu peitoral; onde continuava mordendo; aumentando sempre a força da mordida. Você me deu dois tapas na perna, pela dor de uma pequena mordida dada rapidamente. Eu sorri e te dei um tapa no braço; deitando-me do teu lado logo após as mordidas e os risos. Olhei-te nos olhos e abri um belo e grande sorriso ao ver-te ainda com sono e tentando dormir. Mordisquei o teu queixo e logo falei: Vamos a praia? Você estava dizendo que eu tinha bronze de necrotério. Você sorriu e disse: Se você quer ir, nós vamos agora mesmo. Levantamos. Trocamos de roupa e saímos caminhando até a praia que encontrava-se bem perto da nossa casa. Brincamos o caminho todo; um batendo no outro, como crianças que nunca saíram de casa. Eu te mordia, você me beijava. Eu te beijava, você me batia. Andamos pouco menos de cinco minutos e já tínhamos chegado a praia. Estava um pouco deserta, pois a noite estava próxima. Só tinham algumas pessoas pelas calçadas, onde gastavam seu tempo caminhando. Nós descemos as escadarias e nossos pés logo encontraram a areia. Eu corri e te puxei junto comigo. Ficamos um bom tempo correndo de mãos dadas até que eu caí e te puxei novamente. Você caiu por cima de mim, tascando-me um beijo daqueles. Nos beijamos enquanto algumas pessoas passavam e nos olhavam ali, deitados, aquele belo enroscado de pernas e braços. Não nos importamos. Continuamos por mais algum tempo até que a noite veio. Estava escuro. Apenas a luz da lua clareava o resto da nossa "praia". Sentamos um pouco e observamos o vai-e-vem das ondas. Olhei para ti, que estava entretido demais para me olhar de volta. Olhei novamente e gritei: Ei! Está vendo o quê que nem pra mim quer olhar? Estou com ciúmes. Logo fiz um bico engraçado e cheguei um pouco mais perto para te morder. Você virou e disse: Estava observando as coisas e pensei em como é lindo estar aqui contigo. Encarei-te e logo fiz uma pergunta: Estou bronzeado? Rindo loucamente depois. Eu sabia que não havia pego um bronze, nem nada. Continuava o mesmo branquelo de sempre. Mas eu sabia que você me amava do mesmo jeito. Por mais que fosse um braquelo. Um branquelo que te enche de sms lindos. Um branquelo que adora te mimar o dia todo. Um branquelo que te ama mais que tudo. Tu me agarrou; me agarrou com força mas ainda sim carinhoso. Olhou-me bem nos olhos e esfregou o nariz no meu. Estávamos cheios de areia. Minhas costas incomodavam e coçavam mais que tudo. Eu não estava tão acostumado a praia, nunca gostei muito. Você não se importou. Continuou deitando por cima de mim enquanto levava os lábios para perto de meus ouvidos. Murmurou: Eu quero fazer aqui. Vem cá, vamos. Olhei-te assustado e te dei um pequeno tapa de leve nas costas. Repetindo: Estás louco? Vão nos ver! Eu tenho vergonha! Você novamente murmurou com a voz bem pertinho do meu ouvido: Mas eu quero... Eu quero. Eu tenho ciúmes que alguém te veja, porém, eu não deixarei ninguém nos ver. Eu te bati mais algumas vezes, mas você continuava insistindo. Eu também queria muito. Eu te amo, repeti várias vezes enquanto tu abaixava nossas calças lentamente e discretamente para ninguém percebesse. Eu queria. Eu queria tanto que te deixei fazer o que quisesse.
Agarrei teu pescoço com meus bracinhos enquanto tu me segurava pela cintura e teu corpo encostava pela parede branca do corredor. Sorriu e logo olhou-me tascando-me um beijo apaixonado. Me inclinava pra frente enquanto beijava os meus lábios e eu me puxava para perto de ti, era verdadeiramente uma luta. Até que tu desencostou da parede e caminhou comigo até a sala, deitando-me pelo sofá e deitando-se por cima de mim; deixando teu peso cair totalmente sobre o meu; ainda beijando-me com os lábios molhados. Repuxei teus cabelos com uma das mãos e os fios que estavam enrolados em meus dedos. Você parou os beijos e levantou a cabeça lentamente, enquanto deixava que os teus olhos encontrassem os meus para um olhar sério. Abaixei a cabeça e os olhos também, por achar que estivesse chateado. Você sorriu e logo fez uma careta pra mim. O que me fez rir. O que me deixou com vontade de te agarrar novamente. O fiz, só que dessa vez agarrando a tua cintura com minhas pernas e repassando meus braços por tuas costas por baixo da camisa; deixando que os meus dedinhos acariciassem a tua pele branca e quente. Senti você se mexer e logo deixei você livre para se mover. Desceu um pouco com um corpo, deixando a tua cabeça bem próxima a minha barriga; levantando a camisa e aproximando o rosto para depositar um pequeno beijo. Virando novamente a cabeça em minha direção. Abriu um sorriso e disse: Aqui está o nosso bebêzinho, não é? Riu novamente. Encostando um dos ouvidos na mesma, deitando entre minhas pernas para ouvir a barriga branquela que estava toda amostra. A tua/minha barriga que adorava tanto. Deslizei minhas mãos para teus cabelos, onde você soltou um pequeno gemido manhoso em forma de agradecimento ao carinho que eu estava te dando. Molhei meus lábios ressecados com minha própria língua e murmurei: Sim, meu amor. Nosso bebêzinho está aí. Papai. Logo levantou a cabeça e correu ao meu encontro, agarrando-me com teus braços; abraçando-me e não me deixando escapar; mesmo sabendo que eu não iria querer sair do meio dos teus braços. Ficamos assim, parados a tarde toda. Abraçados. Porque era só isso que importava. Porque só precisávamos um do outro.
Eram umas 05h30 da manhã. Eu havia aberto os olhos e não sentia vontade de dormir mais, por saber que você precisaria sair as sete horas. Preferi ficar observando-te dormir por alguns segundos; não aguentando mais; encostei a minha cabeça sobre o teu ombro e ali fiquei. Levei uma das minhas mãos para teu braço branquelo que estava enrolado em minha cintura. Dei um pequeno sorriso ao lembrar que estávamos sem roupas. Olhei em baixo do cobertor e olhei bem para tua pele nua, tuas pernas enroscadas nas minhas. Aquele era o nosso ninho de amor; só nosso. Teus cabelos estavam espalhados pelo travesseiro e eu não conseguia tirar os meus olhos do teu rosto. Apertei-te o braço e tu abriu os olhos lentamente, como quem não quisesse acordar. Encostei meus lábios nos teus, selando-os longamente até deixar que um sorriso forme-se pelos meus lábios e as palavras saiam do mesmo: Bom dia. Tu apenas me olhou e levantou-se um pouco, esfregando os olhos e se espreguiçando. Virou-se por cima de mim, ficando no meio de minhas pernas que logo deslizaram até a tua cintura, abraçando-a. Eu queria ficar assim o tempo todo; todo o tempo. Por mais algumas horas. Nos abraçamos, demos alguns amasos, beijos, mordidas, lambidas, tudo que nós restava a fazer com aquele tempinho que ainda tínhamos. Você levantou dama cama, dizendo que estava quase atrasado para se arruma. Levantou roubando o cobertor que ainda estava sobre o meu corpo, deixando-me a mostra pra ti. Falei manhosamente de como ainda queria que tu estivesse na cama. Te chamei, implorei para que voltasse. Você volta e senta-se sobre a mesma, dando uma pequena tapa em minha bunda, deixando a marquinha dos teus dedos. Segura a minha mãozinha e promete que logo irá voltar pra mim. Deixo-me com um beijo na testa e caminhou até o banheiro. Gritei da cama enquanto te via caminhar: Eu estou te amando até de costas! Continuo te amando mais ainda! Não olhou para trás, mas logo que fechou a porta, gritou o meu nome abafado pela água que já caia sobre o teu corpo, em um banho quente. Chamou-me para tomar banho contigo, para amar-te mais um pouco.

segunda-feira, 14 de março de 2011

O que ninguém vê. II

"Não está certo me amar só quando você puder. Eu não vou esperar pacientemente ou acordar todo dia esperando que você ainda se importe."

O que todos vêem.

"Só me ame quando puder e eu vou esperar pacientemente. Eu vou acordar todo dia só esperando que você ainda se importe."
- Mamãe, o que é isso que estou sentindo aqui dentro? Isso me dói tanto! Dói toda noite. Me diz, eu preciso saber o que é isso que está crescendo aqui... Eu preciso saber do que se trata. Cresce sem eu perceber. Está tomando conta do espaço todo. Sinto que vou explodir a qualquer hora, a qualquer segundo. Está tomando conta do meu ser. O QUE É ISSO? O QUE É? Preciso que isso vá embora, está doendo tanto. Dói, dói, dói. Me faz pensar e eu choro toda noite. Aperta, machuca, me deixa assustada.

- O amor é realmente tão doloroso assim? - Disse olhando aos olhos da pequena que já entrara em lágrimas ao terminar de falar. Alguém que não sente.
Bem que eu disse que não poderia dormir a noite quando você não estivesse comigo. Porque eu realmente preciso da tua mão na minha; até nos sonhos, até longe, até no pensamento. De mãos dadas eu sei que posso ser forte, sei que posso fazer as coisas que sempre quis fazer. Eu me sinto forte ao teu lado. Sinto como se eu pudesse mover o mundo com apenas um dos meus dedos. Tu me fez forte! Como conseguistes algo que nunca ninguém ousou fazer? Estou vivendo ao teu lado, estou realmente vivendo. Antes eu apenas existia, agora não mais. Eu sinto, eu sonho, eu choro. Toda noite. Estou vivendo.

terça-feira, 1 de março de 2011

Cola o teu rosto em meu rosto e diz que o meu cheiro não saiu do teu casaco desde o primeiro dia que teus olhos me encontraram. Segura a minha mão por teus dedos quentes e repete quantas vezes quiser como sente falta dos meus dedos entrelaçados ao teu quando estou longe. Abraça-me e diz novamente que o calor dos meus braços não é igual ao de mais ninguém que você conhece. Sorri e faz com que eu me sinta bem em apenas estar perto do teu corpo, dos teus braços, das tuas mãos, do teu calor. Faz-me acreditar que estás aqui e não vai se afastar nem mais um pouco. Encosta os teus lábios nos meus e sussurra o quanto você acredita que continuará beijando os mesmos lábios por mais uns cem anos.
Acredita! Porque antes, eu também não acreditava e era isso que estava faltando. Um pouco de confiança, de verdade e talvez de arrependimento. É que quando a gente se arrepende, acaba por tentar mudar as coisas que provavelmente estão erradas ou atrapalhando. A gente muda, inventa e faz com que tudo seja diferente para depois tudo dar errado e acabar esquecendo de que mudou.
Deu vontade de dizer tudo de novo, de escrever, de falar e dizer sempre as mesmas coisas que eu te disse. Deu vontade de achar que as coisas ainda são tudo como antes e que você ainda vai me fazer te esperar até o sol aparecer. Deu vontade de acreditar que o amor que você tanto falava era verdade e que tudo o que "nós" tínhamos iria durar para sempre. Deu vontade de achar que você estaria aqui e que essa coisa de ficar separado fosse apenas uma coisa de uns dois dias. Deu vontade de sonhar mais um pouquinho, de acordar com aquele desejo e saudade de ouvir a tua voz me desejando bom dia.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

"Beijos!"
O que será que aconteceu com todo amor que um dia existiu em teu peito? Ele desapareceu, assim como você desapareceu de mim fazendo-me esquecer que um dia houve algo aqui dentro que pertenceu a ti, assim como eu, nunca mais fiz algo como se parecesse que te amasse do mesmo jeito de antes.
Ai de mim! Que vazio horrível sinto em meu peito.
É que às vezes, bem às vezes, eu penso se você poderia me ver como eu te vejo. Será que ao menos uma vez você vai ver tudo o que eu fiz por ti e dizer que eu estava sempre certa quando te pedia para fazer as coisas que nunca fez? Eu penso que um dia você vai notar a diferença entre mim e as outras pessoas ao teu redor. O problema é que você prefere enxergar os outros ao invés de mim. Talvez um dia você veja que a unica pessoa que realmente esteve do teu lado era eu e que você jamais deu valor a minha mão segurando a tua, tanto foi que me deixou ir embora. Um dia você vai precisar de mim, eu espero que precise, porque só assim você saberá que a culpa foi sua.
Seria bom se eu soubesse ao menos o que escrever, o que falar quando te ligar, o que pensar quando te vejo bem do meu lado. Eu gostaria de saber como andam as coisas sem mim, como você continuou tão bem sem conseguir pensar em nada. É assim que eu consigo realmente ver o quanto as pesssoas mentem sobre os sentimentos, o quanto fingem e como mentem sobre tudo. Confesso, sinto falta, eu sinto todos os dias, mas nada que me faça querer tudo como antes novamente. Sim, estou mentindo, eu realmente queria que todas aquelas coisas voltassem, porque eu sinto muita falta de tudo. Isso é uma merda, uma bela de uma merda, porque eu não aguento mais segurar essas coisas dentro do meu peito, machuca tanto. Machuca quando percebo-te usar o amor que deveria ser meu com outra pessoa, com outros corpos e outros corações. Teu amor deveria ser meu, e isso não é ser egoísta. É que eu tenho tanto amor, tanto amor, um verdadeiro desperdício. Por que isso não desaparece de dentro de mim? Simplesmente evapora e vai embora? Eu quero me livrar disso, eu preciso. Já deveria ter ido embora, mas cada vez que está quase indo, ele volta com tudo e parece que faz até de propósito. Eu deveria adivinhar que as coisas ficariam desse jeito, não tinha que ter deixado isso crescer, eu precisava ser forte. Mas a gente nunca consegue evitar um sentimento, porque ele não pede para ocupar todo espaço do teu peito avisando que vai doer. Dói, dói tanto a ponto de pensar que está vazio. Vazio mesmo é saber que continua aqui mas ao mesmo tempo não está, como sempre, está longe, com outros alguéns por aí.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Pra dizer a verdade, não vejo mais graça em ninguém. Em nada. A pessoa que eu mais queria que lembrasse de mim, já me esqueceu e com certeza não se lembra mais. Estou tentando deixar pra lá, esquecer. Não totalmente esquecer. Porque ninguém consegue esquecer das pessoas totalmente. Mas apenas tirar ele do centro das atenções da minha mente. Deixá-lo escondido. Atrás das paredes. Eu tento fazer isso à meses. Quatro malditos meses. Um dia desses, fui ler uma das cartas que ele tinha me mandado. Chorei tanto que parecia que ia morrer. É tão ruim precisar de alguém. Se doar, amar, se importar e não receber nada em troca, por mais que não peça. Talvez seja melhor assim... Ele longe. Mas dói, dói tanto. Eu nunca mais falei com ele. Ele mudou. Está totalmente diferente do que parecia ser antes. Não consigo odiá-lo, por mais que tente. Sinto vontade de odiá-lo. Não sei porque e também não entendo. Mas gostaria tanto de que um dia ele viesse me encontrar e eu não sentisse mais nada, nem nojo. Apenas o vazio que era a presença dele e como sempre foi. Eu realmente só queria que ele falasse comigo para me dizer que estar vivo, nada mais e nada menos.
II - Eu quero te amar sempre.

I - E você vai me amar sempre?

II - Eu posso?

I - Claro que você pode.

II - Então eu amarei.

I - Eu te amo. Te quero. Sempre.

II - Sempre.
"Jamais abandonaria quem tanto gosto. Espero que entenda e possa me perdoar por tamanho furo. Como tu estás? Eu nem acredito que realmente estou aqui do teu lado. Eu senti tanta a tua falta, grandão. Saudade dos teus abraços e beijos. Não é cômico estar viajando e sentir falta de beijar a boca do próprio pai? Caralho, mas que demônios, eu estou aqui. Quero-te. Sentistes a minha falta? Olha a minha cara de que te ignoraria. Nunca, querido papai. Tu és meu porto-seguro, sabias disso? Pensei tanto em ti. Quero comentar, tu estás tão lindo nessa foto. Eu poderia morrer só para beijar esses seus lábios. Eu senti a tua falta demasiadamente. E papai, é difícil dizer isso, sou tão orgulhoso, mas... uhn, eu te amo. Tu sabes, não? Tu és um doido por achar tais coisas sem sentido. Até parece que não me conhece, boboca do filhote. Eu sei que sou tudo pra ti, graças que tu não me deixas esquecer. Isso significa o mundo para mim, crê? Claro que estás mais lindo. Repare nos teus olhos brilhantes-apagados num contraste lindo; tua sobrancelha escura, porém, não muito grossa; teu nariz mordível ao extremo e tuas carnes labiais que tiram-me do sério. És perfeito. Um grande bobo tu és por achar que eu te ignoraria. Tu sabes que te acho lindo demás, não? Quero tua boca na minha hoje. Estou todo carente de ti, caralho. Agora entende, isso é bom. Sem mágoas e ressentimentos, certo? Tu me juras que me dará pelo menos um beijinho bem molhado para saciar 1% da minha vontade de ti? Eu te quero. Brigas deixam-me desgastado, porém, aproveitei a situação para ficar de bem dela e chorar lágrimas antigas, desabafei e foi ótimo. Milhões numa só noite? Será que dá? Eu espero que sim. Quero te abraçar até te deixar massacrado. Eu posso? Além de teus beijos eu quero cheirar todo o teu corpo, beijar todo o teu corpo, lamber cada centímetro da tua pele e morder-te dos pés à cabeça. Tenho permissão? Conte-me, como foi tudo aqui enquanto eu estava fora? Eu vou abusar do teu corpinho com beijos, eu quero. Ahn, papai... Tu me deixas tão bobo."

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Adentrou no vazio do escuro enquanto procurava uma parede para apoiar suas mãos e sentir alguma coisa; não sentiu nada. O peito doía e mais ainda os olhos procuravam o corpo pelo qual se pedia a tanto tempo... Onde ele poderia estar? Apertou as mãos contra o peito pelo momento em que gritava o seu nome. Olhou novamente ao seu redor e conseguiu ver um lugar no qual deveria estar. Caminhou lentamente para que ninguém ouvisse os seus passos no andar de cima; ninguém poderia descobrir. Falava baixo ao momento em que seus cabelos longos passavam pelos seus lábios, como se estivessem dançando. Ria, chorava, passava horas naquele lugar. Até agora não fazia nenhuma questão de estar de volta em seu quarto, porque ali mesmo era onde ela se encontrava e esquecia de coisas que a incomodavam por dentro.
Bem feito, disse ele. Bem feito! É para aprender a não ficar se contentando com pouca coisa e sim com coisas que deveria se importar e não dá a mínima. É pra você apreder, fazer diferente. Mas o que você faz? Sempre a mesma coisa. Menina, você precisa aprender uma coisa... A vida não vai sair do jeito que você quer nunca. Muito menos se você viver tentando, vai estar apenas perdendo o seu precioso tempo que nunca mais voltará. Antes de tudo, precisa aprender a ser alguém que não seja você, durante uns segundos ou por mais de uma semana. Eu prometo que isso será justo, porque você vai precisar. E não me pergunte porque... Eu não quero ser obrigado a dizer. Pare! Eu não vou dizer! Em alguns momentos você vai desejar nunca ter existido, porém essa seria uma boa forma de você fingir tal coisa.
Eu te amo tanto que dói.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

I: Eu te quero tanto. Por que te rejeito?

II: Eu não sei. Eu só queria que me quisesse do jeito que eu te quero.

I: E como tu me quer?

II: Eu queria que fosse meu.

I: Tu tens que entender que eu sou meu.

II: Ok.

I: Mas há uma parte de mim que é tua.

II: Uma partezinha do teu coração, ao menos?

I: Grande parte. E tu domina parte da minha mente.

II: Mesmo? Porque tu domina totalmente a minha.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O coração aos pedaços mas ainda consegue respirar. As mãos apertaram-se tão fortes que podia ver a sua dor refletir por seus olhos naquele momento. Preferi observar e deixar que aquilo passasse, assim do nada, como se nada houvesse... Mas não passou. Eu passei muito tempo esperando que aquela sensação fosse embora de uma vez e que nunca mais voltasse. Ela às vezes aparecia, às vezes não. Era uma espera sem esperanças. Uma dor doída, bem doída.
A cada dia que passa os sentimentos são esquecidos pouco a pouco, como se não importasse tanto quanto importavam antes. A verdade é que depois de um tempo tudo que parecia tão bem, hoje em dia não vale mais nem um sorriso, um abraço ou uma palavra. O que parece é que nós perdemos o nosso tempo com coisas que não valem a pena e só depois nos damos conta disso. E é isso que nos faz desistir, deixar pra lá, esquecer e fingir que nada aconteceu.
Eu te gosto demais, até por demais. Que erro, um grande erro. É um erro querer e gostar de alguém assim, como eu te quero.
"Eu te amo demais pra te deixar pensar que eu posso viver sem você. Não ligo se você me trair, contanto que seja honesto e me conte depois. Não me importo se você me esconder, contanto que você venha me achar de novo. Eu sou paciente. E enquanto eu espero por você, vou me recordar de todo o seu corpo. Estou apaixonado até pelos seus joelhos."
É tão difícil achar que tudo está se resolvendo e logo após ver tudo se desmoronar na frente dos meus olhos. Eu só queria poder ver o que você realmente quer de mim e da minha vida, porque eu realmente irei acabar enlouquecendo. Agora eu me pergunto como vou continuar sem saber de nada, sem ter notícias, sem saber o que está acontecendo entre nós. Estávamos errados sobre prometer algo que sabíamos que nunca iria acontecer e mesmo assim o fizemos? Talvez sim, talvez não... Isso é uma coisa que nós nunca iremos descobrir. Um dia, em algum lugar, uma resposta deve aparecer para esclarecer as coisas que hoje estão tão escuras. Se não me quer mais por perto, o que ainda te faz insistir em me fazer ficar sempre do teu lado? Por que é que você me faz ficar aqui para ver todas as coisas tolas que eu estou sendo obrigada a ver? Eu estou cansada e tão cheia da mesma coisa de sempre que eu poderia ir embora sem pensar duas vezes. Mas eu não vou, eu não vou porque simplesmente preciso ficar pelas outras pessoas e não por você.
- Olá, acabei de chegar. Há quanto tempo que não nos vemos, não é? Me diz, como você está?

(Eu estou verdadeiramente feliz em poder ver-te bem na minha frente depois de tanto tempo. Tantas lágrimas que derramei por você nas madrugadas frias em que você não estava. Eu te chamava e você nunca vinha até o meu lado, segurar as minhas mãos. Eu pensei que você pensaria mais em mim enquanto estivesse viajando. Passaria um pouco do seu dia ao telefone, conversando comigo. Ou talvez apenas para me dar um oi. Sim, eu senti tua falta todos os dias em que minhas mãos estiveram longe das suas. Senti falta do teu sorriso. Eu estou perdidamente feliz com a sua volta. E eu queria muito que você estivesse sentido a minha falta também.)

- Sim, estou bem. E você? Como foi de viagem?
- Eu apenas me divertir bastante! Por quê não me ligou?

(Porque eu fiquei esperando todos os dias desde que você se foi, eu esperei, nem que fosse ao menos uma mensagem no celular, um e-mail, qualquer coisa que pudesse me arrancar um pequeno sorriso ao dia. Mas nada aconteceu. Você não liga mesmo, não é? Não deve dar a mínima para o que eu acho ou o que eu penso de tudo isso.)

- Eu só... estive ocupada demais com o trabalho. Desculpe-me.
- Não tem problema! Eu entendo como é o seu trabalho.
- Você não tem mais nada pra me contar sobre o que aconteceu enquanto eu estava fora?

(Eu tenho. Eu queria te contar sobre todas as cartas que eu te escrevi e nunca tive coragem de te entregar nenhuma. E que nesse tempo em que você esteve fora, eu escrevi mais centenas delas. Pensei em mandar todas pelo correio, mas você iria saber de quem se tratava... Preferi deixá-las guardadas no fundo do meu armário. Talvez um dia, eu te entregue todas as coisas que são sobre você. Eu também queria te contar de como eu me sinto quando estou ao seu lado. De como minhas pernas tremem. De como as palavras insistem em não sair. Da minha vontade de te dizer tudo que se passa aqui por dentro.)

- Não. Meus dias foram os mesmos de sempre. Você sabe!
- Eu sei. Mas... Agora preciso ir. Promete que vai se cuidar?

(Eu preferia que você estivesse aqui para cuidar de mim. Segurar a minha mão, acariciar meus cabelos, sorrir quando eu sorrir. Eu gostaria tanto de que você estivesse do meu lado em cada situação da minha vida. Não pediria nada mais que isso.)

- Eu irei me cuidar... Sempre me cuido. A gente se vê! Tchau.
- Tchau! Até algum dia.

(Eu te amo.)

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Ouvir uma música e lembrar do sorriso de alguém, do abraço e das palavras de outras. É que às vezes, você sente falta de algumas coisas que passaram tão rápido que você nem conseguiu entender o que realmente aconteceu. E então você pensa: por quê agora essa vontade de voltar para trás? E também descobre que as pessoas mudam e as coisas também. Nada pode ser igual ou muito menos voltar como eram antes... Então chega um dia que você simplesmente se acostuma com essa idéia e começa a buscar novos sorrisos, abraços e palavras.
Eu não preciso de alguém me acorde, de que me traga água, de que me beije os pés, de que me faça sorrir toda hora, de que me alise os cabelos, de que segure a minha mão todo o tempo, de que não me deixe ficar triste. Não... Eu não estou dizendo que não quero, mas eu também não estou dizendo que precise totalmente de alguém assim. Alguém que tenha um coração e saiba usá-lo está bom.
Das minhas verdades só eu sei. O valor das coisas que se passam aqui dentro, é uma das coisas que ninguém nunca vai conseguir descobrir, por mais que queiram. O que a gente tem por dentro, ninguém jamais sabe, apenas tenta dizer com as palavras o que eles acham que a gente tem. O amor, o ódio, a amizade... São apenas três coisas dos segredos que hão de habitar o meu interior vazio e cheio dos mais pensamentos confusos sobre a vida.
O que te faz criar histórias de mentiras para tua vida? O que te fez ser assim, tão frio, sobre as tuas próprias decisões? Você não pode culpar as outras pessoas por algo que você não é ou não pode ser. Isso seria culpa sua. Mas, você não enxerga nada mais do que os teus próprios olhos bem em frente a um espelho. Se você acredita que poderá mudar alguma coisa, ser do jeito que é... Então vá em frente. Veja que o que você está fazendo não é nada mais do que insistindo no erro e seguindo o caminho errado. Eu não estou dizendo porque eu quero que você mude. Ao contrário. Eu quero te ver bem, mesmo que precise fazer bastante esforço para isso. Siga pelo lado contrário e não insista no mesmo caminho.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O medo faz com que a gente se sinta um idiota com os problemas que temos em nossa vida. O medo atrapalha o modo da gente enxergar as pessoas e as coisas. Não deveria ser desse jeito. O medo deveria ser para mostrar o quanto você se importa, o quanto você gosta e o quanto não quer perder. Mas, o medo continua sendo aquele que te impede de tentar qualquer coisa que você mais queira.
Eu que sempre ouvi tudo o que você tinha a dizer, acho que o que está acontecendo agora, não se encaixa perfeitamente em tudo que eu entendi. Juntei todas as palavras, todas as ações, todos os choros, os sorrisos, as palavras, as mentiras... E o que isso me disse? Que você está sempre mentindo. Escondendo a mais pura verdade dos olhos das pessoas. Você finge ser algo que não é por dentro. Eu sei porque eu posso te sentir, eu posso sentir que você não é assim. O que você está querendo esconder? O teu coração? Nunca vai conseguir chegar onde quer, desse jeito. Você precisa prestar atenção, olhar em volta e aproveitar momentos que está perdendo apenas pelo medo do arrependimento. Você deveria dar valor as coisas e as pessoas que estão do teu lado. Você não está fazendo isso certo... Talvez você não queira alguém pra cuidar. Está arruinando tudo.

sábado, 8 de janeiro de 2011

"Amor é quando você tem todos os motivos para desistir de alguém, e não desiste." Por mais comum que seja isso, essa é realmente TODA a verdade. A mais pura verdade.
Era difícil saber que por mais que dissesse que não se importava, estava sempre remoendo o que via e ouvia por dentro. O que era pior do que gritar, falar palavrões e descontar toda a raiva. Ela queria tudo aquilo por dentro. Não saberia o que encontraria se colocasse aquele sentimento de culpa e angustia para fora. O que iam pensar? Ela não é mais uma daquelas que se expõe em palavras para querer salvar algo ou alguém. Ela só queria poder salvar a si mesma. Mas e quando nem as paredes escutam mais o teu silêncio? Nem um sorriso por levantar e ver que o sol está brilhando. Certas horas as pequenas coisas que antes faziam algum sentindo, perdem todo aquele brilho de sempre e passam a ser apenas "coisas normais". Deve ser assim com todo mundo também, ser algo e depois não ser. Aparecer e desaparecer. Chorar e sorrir. Bater e levar. Acordar e morrer.
E por mais que os olhos estivessem molhados, ela segurou os punhos com toda força que podia. Talvez esperando que algo acontecesse e mudasse aquele momento ruim. Nada aconteceu. Por mais que ela pudesse desaparecer, ela só queria deixar de existir por um segundo. O segundo mais demorado, o mais doído, o mais triste. Ela só precisava de um tempo para a alma descansar todas as promessas falsas em que acreditou. Ela só queria um tempo para si mesma. Um tempo para seu coração cansado. Para as cartas que escreveu e nunca enviou. Ou até mesmo para uma ligação que nunca foi feita. Talvez ela só quisesse parar de ser ela mesma por um tempo, para de ser TÃO ela e ser outra pessoa.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Não entendo qual a necessidade das pessoas de mentir sobre uma coisa que se resolveria tão rápido se falassem a verdade. Por que eu tinha que te esperar me passar a perna para cair na real? Você deve estar achando que está certo, como sempre. Deve pensar "eu estou por cima, eu não sinto nada, eu apenas estou ótimo" só que você não está e nem vai ficar. Assim como eu também não irei. Já que quis assim, assim vai ser. Só não quero que ache que pode voltar o dia que quiser e ainda queira entrar como antes... Eu não abrirei as portas novamente. Quantas vezes você me pediu uma chance e eu te dei várias sem pensar duas vezes? Mas quando eu pedi a tua mão, tu me deixou ali no chão sem se importar se choveria ou não. É assim, mas não é assim que deveria ser. Não estou te pedindo pra voltar ou coisa parecida. Só que dessa vez eu vou te dizer uma verdade que está entalada aqui na garganta faz é tempo... Eu não quero que você seja feliz. Não quero mesmo. Não sem mim.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Há uns dias, estava pensando sobre aquela pequena despedida no aeroporto. Sabe, quando ela virou para trás com os olhos cheios de lágrimas e se escondeu atrás de uma pilastra apenas para esconder o rosto das pessoas. E ao ver a tua mão acenando de trás das filas, das pessoas que a gente não sabe nada, estavam presentes naquele momento também, participando do nosso. Não me lembro do rosto ou do nome de algum deles, mas isso também não importaria. O que importava, era que você estava indo... Você foi. Não sem volta, mas você apenas foi. E não havia motivos de molhar o rosto ou borrar toda maquilagem por causa de uma pequena viagem que durariam apenas alguns meses. Mas sabe o que é lembrar disso e pensar sobre aquele dia na chuva? É quase a mesma coisa, só que você não podia acenar de volta. O que eu mais esperei era que eu apenas acordasse do nada e visse tudo aquilo não passava de um sonho ruim e que na manhã seguinte eu poderia acordar e ver teus olhos me olharem novamente. Demorou um tempo para perceber que isso não iria acontecer nunca mais. Então, tranquei-me em um quarto vazio que encontrei por aquele lugar solitário. Nada mais solitário e bonito do que um cemitério. Coloquei meus fones de ouvido e achei que aquela música poderia me tirar daquele lugar. Mas não, não foi bem isso que aconteceu. Parece que na mesma hora o chão se abriu sobre os meus pés e eu realmente me dei conta do que estava acontecendo. O que poderia ser pior do que aquilo? Eu só pensei... Eu pensei que... Eu não poderia acreditar que era você que estava lá. Me controlei várias e várias vezes enquanto as pessoas me procuravam lá fora. Até que não deu mais pra fingir que tudo era apenas um sonho ruim e que iria passar quando amanhecesse. Era real, estava bem do outro lado daquelas paredes molhadas. Doeu, você deve saber como doeu, você deve saber, de qualquer lugar que esteja. Não sei se está sentindo ou pode sentir como a tua falta me afeta até hoje e com certeza vai me afetar todos os dias que o meu coração ainda bater. Tu levou um dos maiores pedaços. Queria poder chegar na tua casa e dizer que acabei de comer e que não preciso de biscoitos, assim, para tu trazê-los de todo jeito.
Alguém sabe o que é esperar desesperadamente por uma ligação e quando o telefone toca, você atende, e aquela voz parecida com a sua, o som da respiração. E ainda falou aquele "Oi" como se me conhecesse. Mas não era a tua voz, não era tua presença. Era apenas um desconhecido, um amigo, uma pessoa que não interessava naquele momento. Foi como se o meu coração fosse pular para fora. Eu não sabia o que dizer. Confesso que muitas vezes ensaiei palavras para quando tu me ligasse; isso se algum dia tu me ligasse. Eu não saberia quais palavras dizer, não teria noção do que dizer. Ficaria mais agoniada do que já sou para te ouvir dizer as coisas que eu sempre quis ouvir de você. Mas sabe... Até hoje há um telefone em minha mão que nunca tocou com o teu número, com tua voz, com tua respiração, com teu silêncio.