sábado, 8 de janeiro de 2011

"Amor é quando você tem todos os motivos para desistir de alguém, e não desiste." Por mais comum que seja isso, essa é realmente TODA a verdade. A mais pura verdade.
Era difícil saber que por mais que dissesse que não se importava, estava sempre remoendo o que via e ouvia por dentro. O que era pior do que gritar, falar palavrões e descontar toda a raiva. Ela queria tudo aquilo por dentro. Não saberia o que encontraria se colocasse aquele sentimento de culpa e angustia para fora. O que iam pensar? Ela não é mais uma daquelas que se expõe em palavras para querer salvar algo ou alguém. Ela só queria poder salvar a si mesma. Mas e quando nem as paredes escutam mais o teu silêncio? Nem um sorriso por levantar e ver que o sol está brilhando. Certas horas as pequenas coisas que antes faziam algum sentindo, perdem todo aquele brilho de sempre e passam a ser apenas "coisas normais". Deve ser assim com todo mundo também, ser algo e depois não ser. Aparecer e desaparecer. Chorar e sorrir. Bater e levar. Acordar e morrer.
E por mais que os olhos estivessem molhados, ela segurou os punhos com toda força que podia. Talvez esperando que algo acontecesse e mudasse aquele momento ruim. Nada aconteceu. Por mais que ela pudesse desaparecer, ela só queria deixar de existir por um segundo. O segundo mais demorado, o mais doído, o mais triste. Ela só precisava de um tempo para a alma descansar todas as promessas falsas em que acreditou. Ela só queria um tempo para si mesma. Um tempo para seu coração cansado. Para as cartas que escreveu e nunca enviou. Ou até mesmo para uma ligação que nunca foi feita. Talvez ela só quisesse parar de ser ela mesma por um tempo, para de ser TÃO ela e ser outra pessoa.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Não entendo qual a necessidade das pessoas de mentir sobre uma coisa que se resolveria tão rápido se falassem a verdade. Por que eu tinha que te esperar me passar a perna para cair na real? Você deve estar achando que está certo, como sempre. Deve pensar "eu estou por cima, eu não sinto nada, eu apenas estou ótimo" só que você não está e nem vai ficar. Assim como eu também não irei. Já que quis assim, assim vai ser. Só não quero que ache que pode voltar o dia que quiser e ainda queira entrar como antes... Eu não abrirei as portas novamente. Quantas vezes você me pediu uma chance e eu te dei várias sem pensar duas vezes? Mas quando eu pedi a tua mão, tu me deixou ali no chão sem se importar se choveria ou não. É assim, mas não é assim que deveria ser. Não estou te pedindo pra voltar ou coisa parecida. Só que dessa vez eu vou te dizer uma verdade que está entalada aqui na garganta faz é tempo... Eu não quero que você seja feliz. Não quero mesmo. Não sem mim.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Há uns dias, estava pensando sobre aquela pequena despedida no aeroporto. Sabe, quando ela virou para trás com os olhos cheios de lágrimas e se escondeu atrás de uma pilastra apenas para esconder o rosto das pessoas. E ao ver a tua mão acenando de trás das filas, das pessoas que a gente não sabe nada, estavam presentes naquele momento também, participando do nosso. Não me lembro do rosto ou do nome de algum deles, mas isso também não importaria. O que importava, era que você estava indo... Você foi. Não sem volta, mas você apenas foi. E não havia motivos de molhar o rosto ou borrar toda maquilagem por causa de uma pequena viagem que durariam apenas alguns meses. Mas sabe o que é lembrar disso e pensar sobre aquele dia na chuva? É quase a mesma coisa, só que você não podia acenar de volta. O que eu mais esperei era que eu apenas acordasse do nada e visse tudo aquilo não passava de um sonho ruim e que na manhã seguinte eu poderia acordar e ver teus olhos me olharem novamente. Demorou um tempo para perceber que isso não iria acontecer nunca mais. Então, tranquei-me em um quarto vazio que encontrei por aquele lugar solitário. Nada mais solitário e bonito do que um cemitério. Coloquei meus fones de ouvido e achei que aquela música poderia me tirar daquele lugar. Mas não, não foi bem isso que aconteceu. Parece que na mesma hora o chão se abriu sobre os meus pés e eu realmente me dei conta do que estava acontecendo. O que poderia ser pior do que aquilo? Eu só pensei... Eu pensei que... Eu não poderia acreditar que era você que estava lá. Me controlei várias e várias vezes enquanto as pessoas me procuravam lá fora. Até que não deu mais pra fingir que tudo era apenas um sonho ruim e que iria passar quando amanhecesse. Era real, estava bem do outro lado daquelas paredes molhadas. Doeu, você deve saber como doeu, você deve saber, de qualquer lugar que esteja. Não sei se está sentindo ou pode sentir como a tua falta me afeta até hoje e com certeza vai me afetar todos os dias que o meu coração ainda bater. Tu levou um dos maiores pedaços. Queria poder chegar na tua casa e dizer que acabei de comer e que não preciso de biscoitos, assim, para tu trazê-los de todo jeito.
Alguém sabe o que é esperar desesperadamente por uma ligação e quando o telefone toca, você atende, e aquela voz parecida com a sua, o som da respiração. E ainda falou aquele "Oi" como se me conhecesse. Mas não era a tua voz, não era tua presença. Era apenas um desconhecido, um amigo, uma pessoa que não interessava naquele momento. Foi como se o meu coração fosse pular para fora. Eu não sabia o que dizer. Confesso que muitas vezes ensaiei palavras para quando tu me ligasse; isso se algum dia tu me ligasse. Eu não saberia quais palavras dizer, não teria noção do que dizer. Ficaria mais agoniada do que já sou para te ouvir dizer as coisas que eu sempre quis ouvir de você. Mas sabe... Até hoje há um telefone em minha mão que nunca tocou com o teu número, com tua voz, com tua respiração, com teu silêncio.