sábado, 8 de janeiro de 2011

Era difícil saber que por mais que dissesse que não se importava, estava sempre remoendo o que via e ouvia por dentro. O que era pior do que gritar, falar palavrões e descontar toda a raiva. Ela queria tudo aquilo por dentro. Não saberia o que encontraria se colocasse aquele sentimento de culpa e angustia para fora. O que iam pensar? Ela não é mais uma daquelas que se expõe em palavras para querer salvar algo ou alguém. Ela só queria poder salvar a si mesma. Mas e quando nem as paredes escutam mais o teu silêncio? Nem um sorriso por levantar e ver que o sol está brilhando. Certas horas as pequenas coisas que antes faziam algum sentindo, perdem todo aquele brilho de sempre e passam a ser apenas "coisas normais". Deve ser assim com todo mundo também, ser algo e depois não ser. Aparecer e desaparecer. Chorar e sorrir. Bater e levar. Acordar e morrer.